Sunday, December 2, 2007
descobri, ontem à tardinha, que dizem das pregas do meu vestido e do sorriso da minha blusa pássaro,
olha, a rapariga verde com asas nos braços e areia nos cabelos cortados. tem sal nos olhos e fitas nas mãos e passos desencontrados. sabes para onde vai? não. e tu? não faço ideia, mas deve ser longe porque tem pressa nos sapatos. vês?
olha, a rapariga verde com asas nos braços e areia nos cabelos cortados. tem sal nos olhos e fitas nas mãos e passos desencontrados. sabes para onde vai? não. e tu? não faço ideia, mas deve ser longe porque tem pressa nos sapatos. vês?
Tuesday, November 20, 2007
Monday, November 12, 2007
porque passo os dias longe do lugar onde estou, comprei uma avioneta e larguei o corpo no canto da casa. amanhã vou sair mais cedo que costume e comer um pastel de nata no café em frente a casa, aquele por quem ninguém dá nada e vende o melhor creme do mundo, de rapar à colherada até deixar a massa esburacada e os dedos lambuzados.
Sunday, November 4, 2007
Friday, October 19, 2007
Tuesday, October 16, 2007
Monday, October 8, 2007
Tabacaria
(Come chocolates, pequena;
come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão
chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que
a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma
verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de
folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão
chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que
a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma
verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de
folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Thursday, September 27, 2007
de hoje em diante poderia ser assim, eu a desmanchar e a refazer as tranças, tu a perder as horas e os minutos que te faltassem para apanhar o autocarro. e era possível a vida com esta forma, encostada à roupa molhada dos outros, aos corpos anónimos que carregam sacos de supermercado como quem carrega um filho. poderíamos escolher uma esquina de lisboa para nos encontrarmos ao fim da tarde e, se nos aprazesse, tocar concertina e dançar solidó. ou talvez abrir todos os portões de todas as casas do bairro da tua prima, aquela que faz arroz doce em pratos tão pequenos que lhe roubo sempre dois. ali os muros guardam vidas mornas e tristes. nós não, nós vamos a rasgar um sorriso que já não cabe dentro de mim e de ti, que nos pendura nas janelas do mundo e nos afasta de pertencer ao lugar de ontem.
sabes que horas são? já desfiz dez vezes a mesma trança e tu continuas aí. corre. despacha-te. oiço subir a rua o teu autocarro.
sabes que horas são? já desfiz dez vezes a mesma trança e tu continuas aí. corre. despacha-te. oiço subir a rua o teu autocarro.
Friday, August 31, 2007
Tuesday, August 28, 2007
Friday, August 10, 2007
Tuesday, July 31, 2007
Thursday, July 26, 2007
Wednesday, July 25, 2007
Sunday, July 22, 2007
contaram-me, à laia de segredo, que te escondes debaixo da minha pele quando queres que te procure e não queres ser encontrado. disseram-me que te pareces com o bicho de conta enrolado sobre si, de costas voltadas e livre de palavras. cantaram-me ao ouvido, a ladainha da calçada empedrada nos saltos das raparigas na praça. vieram acordar-me do meu sono demorado e trouxeram-me as tuas mãos veladas. pousei-as no ventre por ti transpirado e enrolei-me nelas. não te deitas nunca a meu lado.
vou sentar-me naquele degrau ventoso.
quero ver-te passar.
vou sentar-me naquele degrau ventoso.
quero ver-te passar.
Tuesday, July 17, 2007
destapo os ombros. sento-me na cadeira de pau que baloiça no canto solarengo da sala e solto o sal do corpo.
a madeira do chão é macia ao toque dos meus dedos dos pés. fica tarde fora de mim e a luz rasga demoradamente a pele. deposita cristais azuis nas mãos. as mãos. os ombros. as minhas. os teus. descontextualização dos corpos à janela da casa. narrativa eterna.
a madeira do chão é macia ao toque dos meus dedos dos pés. fica tarde fora de mim e a luz rasga demoradamente a pele. deposita cristais azuis nas mãos. as mãos. os ombros. as minhas. os teus. descontextualização dos corpos à janela da casa. narrativa eterna.
Saturday, June 23, 2007
o meu corpo cresceu mãe, os meus pés já nã0 cabem nos sapatos do vestido de domingo e as minhas mãos não passam na rede para roubar as cerejas que o vizinho deixa cair maduras no quintal. o meu corpo cresceu mãe, e com ele a minha alma e a vontade de a esticar. nasceram-me asas nos ombros estreitos, quase prontas para me levar. já não tenho laços no cabelo, nem bonecas no regaço. agora compro o jornal e vou ao teatro quando fica escuro e entra em casa a gente de trabalho. sonho do meu tamanho e já visto o L em todas as lojas de roupa da cidade. tenho de partir, está tudo apertado aqui. o meu corpo cresceu mãe e o teu colo é o único espaço que continua à minha medida, o único espaço onde não posso ficar.
Tuesday, June 19, 2007
Thursday, June 14, 2007
falta-me a calçada de lisboa...subir à graça no 28 e, no miradouro da senhora do monte, engolir a cidade de um só trago. perdi os laços do meu cabelo pendurada nos beirais da mouraria. as andorinhas, em voo picado, roubaram-me as minhas fitas. correm descalços para a boleia do eléctrico, os putos pobres da madragoa. salta nos decotes roliços o peito das varinas, e as canastras da sardinha boa. boa a sardinha, boa esta gente que passa com flores e fruta no regaço. e são mulheres de trabalho, pernas largas, braços firmes. balançam o corpo na praça e gritam pregões à menina que passa no seu vestidinho fino. hoje é dia de feira e a cidade madruga azafamada. hoje é dia de feira, estica-se o corpo no mercado. pega na cesta, traz a carteira e dá-me o teu braço porque, hoje é dia de feira e eu quero o meu corpo esticado.
Wednesday, June 13, 2007
Saturday, June 9, 2007
demorei a mão nos teus ombros plátano, cheiravas a fruta da época e trazias sol de verão na boca por dizer. subiste as escadas de um só trago criança sôfrega, pousaste a cesta na entrada e as maças rolaram na sala de jantar. vieste cair-me no colo e rasgaste um grito que me fez corar. abraça-me, pediste tu. estreitei-te em mim. ainda somos? somos. por quanto tempo? enquanto infinitamente for possível. tenho sono. também. e comeste uma maça antes de deitar.
Friday, June 8, 2007
hoje não te esperei no portão da casa e tu não chegaste à hora costumada. hoje não cheirava a flores a entrada e os teus bolsos traziam pouco mais que nada. hoje não nos demorámos, e quando passaste, enleaste nos dedos a fita que prende a minha trança encarnada. não voltaste atrás, levaste-a presa a ti. soltou-se o cabelo, desfez-se o penteado de dia feriado e sorriram-me os lábios felizes por te cruzar. não voltei a ver-te.
Monday, May 14, 2007
Tuesday, May 1, 2007
Monday, April 30, 2007
o homem que quis deitar fogo a um sonho
guardou o calor dos olhos na algibeira com a ajuda de um lenço velho que lhe dera o pai antes de partir para o lugar longe. onde fica o longe pai, perguntara. fora desta estrada que te aquece os pés meu rapaz. que olhos quentes tens, como os meus quando tinha a tua idade. pareces-te comigo e isso faz-me feliz. mas partira na mesma para o lugar longe, de onde nunca voltara. agora tinha a mesma idade do pai e também ele partia. partia porque o sonho que construira não fazia já sentido, porque todas as mãos, todos os ombros que lhe pertenciam tinham mirrado no canto da casa onde já não entrava o sol e chovia todos os dias. tudo invertido, vestígios de nada. "o côncavo meu no teu convexo, no meu convexo o teu côncavo". lera algures num romance e pensara que também ele já o sentira. olhou as mãos viradas ao céu e não encontrou mais do que nada, sentou-se no degrau da entrada e comeu uma laranja amarga. até o laranjal estava desconsolado. deixou-se ficar envolto numa quietude quase invisível e quando escureceu, trouxe uma vela acesa que deixou arder ao vento, na esperança de que a chama chegasse à sua casa. não chegou. não ardeu. não se desfez. por isso partiu.
Thursday, April 26, 2007
quando chegares, bate baixinho na minha janela do quarto, a que tem quatro vidros de ripas em madeira de um muito branco pintada. bate como quando se sopra sem fazer barulho para que te possa escutar. bate como quando se trauteia baixinho, na cabeça, uma música que não se deixa calar.
tráz contigo um lápis de uma qualquer cor que nos possa pintar a pele por dentro, que nos escreva os corpos despidos, debruçados no peitoril das janelas da minha casa. e rodopiaremos em torno dos nossos pés de pau sem sairmos nunca do lugar, pintados a carvão da cor do lápis de que te fizeres acompanhar.
tráz contigo um lápis de uma qualquer cor que nos possa pintar a pele por dentro, que nos escreva os corpos despidos, debruçados no peitoril das janelas da minha casa. e rodopiaremos em torno dos nossos pés de pau sem sairmos nunca do lugar, pintados a carvão da cor do lápis de que te fizeres acompanhar.
destapa as mãos, mostra-me a pele pintada de azul que te denuncia a caixa das bolachas no cimo do velho armário. mostra-me as tuas mãos ambas, despidas dos panos que te encobrem a tristeza do vazio que não conseguiste ainda desmanchar. pousa-as no meu colo. deixa-as aqui, quietas, sossegadamente abertas aos meus olhos que já tantas vezes lhes diagnosticaram profundo cansaço.
que brancas são as tuas mãos de veias azuis pintadas! ou será a caixa das bolachas? estão tristes as tuas mãos. vazias. feitas de nada. azuis cinza. desconsoladas.
que brancas são as tuas mãos de veias azuis pintadas! ou será a caixa das bolachas? estão tristes as tuas mãos. vazias. feitas de nada. azuis cinza. desconsoladas.
Tuesday, April 17, 2007
desmanchei a jarra de flores rosas que deixaste no fogão do quarto, afinal o fogão não é lugar de jarras e nos quartos não existem fogões. tenho de repensar a casa por dentro e por fora, não fazem sentido paredes despintadas e vasos colados de fresco quando me sento em frente à porta da entrada. falta de espaço. parece-me que tenho de voltar o tapete da sala de cabeça para baixo. acumula pó quando se passa.
Sunday, April 8, 2007
Wednesday, April 4, 2007
pão com doce
era no tempo em que às cinco da tarde corria para casa porque na mesa havia pão com doce para lanchar. no tempo em que me esperavas à janela e eu tardava na brincadeira dos baloiços e fingia não saber que as horas também passavam. e não sabia. na verdade não sabia nada de horas nem de compromissos, nem tão pouco compreendia a razão de não poder ficar infinitamente a balouçar. no tempo em que esperavas por mim na ombreira da porta com um ralhete para me dar! nesse tempo longínquo de joelhos esfolados e mãos sujas de terra verão, correrias e cabelos a pingar, verde à volta, verde e vento na bicicleta pasteleira. e havia sempre pão com doce para lanchar...doce que tu fazias para quando eu chegava, doce de tudo e com tudo, doce doce, doce no pão ou com bolachas, doce às colheradas, frasco de doce, dedo no frasco, dedos com doce, doce no meu imaginário. e lá fora, sempre a rodar, os brinquedos do parque mesmo em frente à janela do teu quarto, de onde guardavas o meu brincar.
se fechar os olhos, tenho-te na janela de pedra da casa por habitar. se fechar os olhos, cheiro a panela do teu doce e quase não me controlo e espeto dentro o indicador para provar. se fechar os olhos com muita força, e não consigo evitar, acordo a saudade imensa que te tenho e zango-me, de um zangar pequenino, por não voltares a ser na janela, nem eu caber no escorrega e no baloiço do parque fim de tarde.
se fechar os olhos, tenho-te na janela de pedra da casa por habitar. se fechar os olhos, cheiro a panela do teu doce e quase não me controlo e espeto dentro o indicador para provar. se fechar os olhos com muita força, e não consigo evitar, acordo a saudade imensa que te tenho e zango-me, de um zangar pequenino, por não voltares a ser na janela, nem eu caber no escorrega e no baloiço do parque fim de tarde.
Tuesday, March 27, 2007
Wednesday, March 21, 2007
Saturday, March 17, 2007
Friday, March 16, 2007
Saturday, March 3, 2007
a casa
Não tem importância, pintam-se as paredes e lavam-se as janelas da casa por habitar. Depois, depois vestem-se as salas e os quartos com os nossos corpos e gargalhadas, destapam-se os ombros dos armários e das poltronas acetinadas, regam-se as plantas do jardim futuro e fica-se lá fora, de longe, à espera, sem pressa, numa ansia para entrar.
E entra-se. Entra-se para noites à lareira, em que nos sobem memórias à boca e se grita liberdade. E fica-se. Fica-se o tempo que tem de se ficar, até se ouvir o grito do universo de dentro que vem anunciar a existência de uma outra casa por pintar.
E entra-se. Entra-se para noites à lareira, em que nos sobem memórias à boca e se grita liberdade. E fica-se. Fica-se o tempo que tem de se ficar, até se ouvir o grito do universo de dentro que vem anunciar a existência de uma outra casa por pintar.
Thursday, March 1, 2007
descomqualquercoisa...
descontextualizaçãodoagoraporquenaomedisseainda
quetenhodeexistirdentroeforademimcomigoousemti
comfrioousemhorasemdiaesemlugardechegadaquandosome
apetecepartir.despersonalizaçãotemporalecorporal,
umaquestãodesegundosquepassamahorasquandose
deixadeconseguirficar.desestruturaçãodomeudentro
porqueomeuforaficounaquelelugardifícildechegarsem seremcimadeumescadote.
quetenhodeexistirdentroeforademimcomigoousemti
comfrioousemhorasemdiaesemlugardechegadaquandosome
apetecepartir.despersonalizaçãotemporalecorporal,
umaquestãodesegundosquepassamahorasquandose
deixadeconseguirficar.desestruturaçãodomeudentro
porqueomeuforaficounaquelelugardifícildechegarsem seremcimadeumescadote.
Friday, February 9, 2007
Tuesday, January 30, 2007
Lado outro
Desdobro-me em tudo aquilo que ainda posso ser e obtenho-me.
Passou um chapéu-de-chuva e as ruas iluminaram-se.
Quase caiu a noite.
Para lá deste vidro está o meu sorriso.
Passou um chapéu-de-chuva e as ruas iluminaram-se.
Quase caiu a noite.
Para lá deste vidro está o meu sorriso.
...
As tuas mãos grandes enchem todos os quintais e todas as praias do mundo,
e quando chegas trazes os dias de setembro nos ombros das nossas costas.
Queres uma laranja?
Apetece-me o sabor exótico de um qualquer pedaço de terra ainda por sentir...
Passou algum tempo?
Quanto tempo?
Muito tempo?
Poeira no cimo do meu armário.
e quando chegas trazes os dias de setembro nos ombros das nossas costas.
Queres uma laranja?
Apetece-me o sabor exótico de um qualquer pedaço de terra ainda por sentir...
Passou algum tempo?
Quanto tempo?
Muito tempo?
Poeira no cimo do meu armário.
Scission
Separei,
cuidadosamente,
no prato verde,
todos os azuis de todos os vermelhos.
Reposicionei-os dentro dos copos da minha casa.
Não me apetecem misturados.
cuidadosamente,
no prato verde,
todos os azuis de todos os vermelhos.
Reposicionei-os dentro dos copos da minha casa.
Não me apetecem misturados.
Friday, January 26, 2007
Sunday, January 21, 2007
Thursday, January 18, 2007
Ícaro
Tinha, quase sempre, uma vontade incontrolável de falar, de contar tudo o que sentia.Um dia, à hora de estar só, nasceram-lhe umas asas de ombros largos que lhe esticaram o corpo em direcção ao cimo e a alma disse -lhe que partisse.
Despiu-se dos homens, não levou consigo nada. Sabia, desde muito cedo, que seria assim, que do mundo da terra não teria nada para carregar. Tinha escolhido cuidadosamente o momento, a hora do dia mais quente, aquela que lhe sorria quando era pequeno e brincava. Sabia. Desde sempre. E sempre era já muito tempo... Quando se desprendeu, o vento rasgou-lhe a pele e entrou-lhe no peito com uma força tal, que quase deixou de respirar! Mas estava feliz, tinha à sua frente o dia claro e o outro lado do mundo por conquistar, aquele das suas vontades.
Despiu-se dos homens, não levou consigo nada. Sabia, desde muito cedo, que seria assim, que do mundo da terra não teria nada para carregar. Tinha escolhido cuidadosamente o momento, a hora do dia mais quente, aquela que lhe sorria quando era pequeno e brincava. Sabia. Desde sempre. E sempre era já muito tempo... Quando se desprendeu, o vento rasgou-lhe a pele e entrou-lhe no peito com uma força tal, que quase deixou de respirar! Mas estava feliz, tinha à sua frente o dia claro e o outro lado do mundo por conquistar, aquele das suas vontades.
Monday, January 15, 2007
Hora
Desprendem-se grandes navios dos meus ombros, elevam-se mastros irados de vento e da garganta emerge o grito da partida. É hora!
Fervilham ilhas desconhecidas em todos os poros da pele e as mãos rasgam o fundo do dentro num acto genesíaco. Inicia-se a viagem. Largam-se amarras. Perde-se a linha da terra e é o longe que diante de nós se abre. Vontade de não ficar aqui... Prometo que escrevo quando aportar.
Fervilham ilhas desconhecidas em todos os poros da pele e as mãos rasgam o fundo do dentro num acto genesíaco. Inicia-se a viagem. Largam-se amarras. Perde-se a linha da terra e é o longe que diante de nós se abre. Vontade de não ficar aqui... Prometo que escrevo quando aportar.
Sunday, January 7, 2007
Era uma vez uma menina...e um jardim
onde todos os poetas perderam as palavras e se enamoraram do tempo.
Chegou silenciosamente e acomodou-se sossegadamente no coração de uma outra que a não esperava e tinha os pés frios. Abriu as janelas da casa e pousou os cotovelos em todos os parapeitos, de olhos negros fitos no céu sol, do outro lado do mundo, onde o mar é revolto e cinzento nos dias de inverno.
Mora, sem semáforos, num jardim que tem uma casa de histórias que abraçam quando se entra, e fica quente, e cheira a chá. E a menina, que mora num jardim que tem esta casa, sorri...
Mora, sem semáforos, num jardim que tem uma casa de histórias que abraçam quando se entra, e fica quente, e cheira a chá. E a menina, que mora num jardim que tem esta casa, sorri...
Friday, January 5, 2007
Viagem...a deles.
"Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos, purifica. Afasta o espírito do que é supérfulo e inútil; e o corpo reencontra a harmonia perdida - entre o homem e a terra.
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o mundo.
Separou com a linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento." Al Berto
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o mundo.
Separou com a linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento." Al Berto
"Trago dentro do meu coração
como num cofre que se não pode fechar de cheio
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
ou de tombilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero." F.Pessoa
"Só as pessoas que não viajam ganham ódio às classes que o
combóio tem.
Quem alcança viajar, mesmo só em terceira, vai sempre radiante.
Não anda lá a prender-se com essas coisas." Cesariny
Tuesday, January 2, 2007
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