contaram-me, à laia de segredo, que te escondes debaixo da minha pele quando queres que te procure e não queres ser encontrado. disseram-me que te pareces com o bicho de conta enrolado sobre si, de costas voltadas e livre de palavras. cantaram-me ao ouvido, a ladainha da calçada empedrada nos saltos das raparigas na praça. vieram acordar-me do meu sono demorado e trouxeram-me as tuas mãos veladas. pousei-as no ventre por ti transpirado e enrolei-me nelas. não te deitas nunca a meu lado.
vou sentar-me naquele degrau ventoso.
quero ver-te passar.
vou sentar-me naquele degrau ventoso.
quero ver-te passar.
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