Monday, May 3, 2010

descontextualizo-me no tempo. abro a janela da casa e deixo os braços pendurados ao sol.
falta tão pouco tempo para me dizeres que sim. descobri que os teus olhos não são impremeáveis à minha tristeza, que trazem o vento quente do oriente e as palavras do fim do mundo.
os meus braços pesam na janela da casa e perdi todos os comboios que havia para perder. já não tenho tempo e os meus dias passam iguais.
tardas em chegar.
demoro-me do lado de fora do dentro da casa.
descontextualizo-me do espaço.
desconheço-me. estranho-me despida em frente a mim.
nada em cima da mesa, e a casa ficou vazia. não habito nela há tanto tempo que nem me lembro a que cheira. dantes ouvia-lhe as paredes e os dias na entrada. havia sempre gente para almoçar. hoje fecharam-se as portadas e as gargalhadas, e os dias claros na entrada.
faltas na casa.