Monday, October 4, 2010

por debaixo da película dos meus dias, as escamas da minha pele são da cor dos teus olhos.

Monday, May 3, 2010

descontextualizo-me no tempo. abro a janela da casa e deixo os braços pendurados ao sol.
falta tão pouco tempo para me dizeres que sim. descobri que os teus olhos não são impremeáveis à minha tristeza, que trazem o vento quente do oriente e as palavras do fim do mundo.
os meus braços pesam na janela da casa e perdi todos os comboios que havia para perder. já não tenho tempo e os meus dias passam iguais.
tardas em chegar.
demoro-me do lado de fora do dentro da casa.
descontextualizo-me do espaço.
desconheço-me. estranho-me despida em frente a mim.
nada em cima da mesa, e a casa ficou vazia. não habito nela há tanto tempo que nem me lembro a que cheira. dantes ouvia-lhe as paredes e os dias na entrada. havia sempre gente para almoçar. hoje fecharam-se as portadas e as gargalhadas, e os dias claros na entrada.
faltas na casa.

Sunday, February 14, 2010

está velha a pele dos teus ombros e cheira ao sol do outro lado do mundo. abandonas sempre os teus dias e o corpo no canto da casa, e escorrem te nos ombros as horas fechadas que te esticam a pele e te fazem gritar. passas o tempo longe, fora dos olhos, e dos braços, e das pernas compridas que esticas e atiras para o lado. nunca te fazes acompanhar. podias sentar te aqui, mais perto. mais ao meu lado. podias deixar a tua vontade debaixo dessa almofada e vir sentar te aqui, com todos esses pesos que carregas fechados. anda. conta me o outro lado.