Vivemos juntos numa fotografia do tempo, onde o salitre mora nas paredes da casa por fabricar. fogem palavras secas da tua boca fechada de expressão e na nossa pele há marcas passadas de dias felizes. em cima da mesa da sala ficou a fruteira velha de damascos ásperos na língua e eu já não sou quem era. o jardim da casa sussurra os nossos nomes tantas vezes quantas são precisas para deixarem de fazer sentido e deixarmos de existir, enquanto os corpos, envelhecidos, desaparecem no ar pesado de um dia cinza claro.
faltamos a todos os encontros marcados, mesmo aos que não faziam sentido nenhum faltar - bilhetes caducados no fundo da mala guardada em gaveta fechada.
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